segunda-feira, 14 de junho de 2010


O ventro sopra forte lá fora. As copas das árvores balançam freneticamente, entrando em contraste com a tranquilidade da noite. Ou ao menos, com a tranquilidade que deveria haver durante a noite.

Fazia tempo que não tinha insônia, e como tornou-se costume, essa vontade louca de escrever nunca tem hora marcada para vir ou ir. Apesar dos incovenientes que isso pode me causar, é uma das coisas que mais gosto em mim, essa vontade indefinida, que horas vem, horas vai... chega sem aviso e sai sem despedidas. Dona de si mesma, rainha do meu ser, a quem confio todos os segredos que tento esconder de mim mesma.

Um amontoado de fugas que permite me encontrar, viver sem enlouquecer.




Saída de Emergência

Minha válula de escape,
A bússola do meu norte.
Uma máscara de ar,
Aquela escada de incêndio.
Todas as saídas, as tentativas de fuga, me trazem até aqui. 
Penso como seria sem o ar que transpira por essas linhas rabiscadas no meio da noite. 
Se viver é isso, respirar sem máscara de ar ou válvula de escape, nem quero pensar no que chamam de morte. 
Permaneço, sem saber por onde começar. De onde estou tudo o que sei é que não posso parar. É que não consigo. 

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