segunda-feira, 17 de maio de 2010



Agora estou parada
E abaixo só vejo o abismo
Ao fundo, apenas vícios e falsas verdades
No desespero não saberia o que fazer
Mas estou calma
E o fundo fica cada vez mais fundo
E tudo que há lá não me toca
E tudo que há aqui em cima, agora me incomoda
Meus desabafos rabiscados
Agora vão perdendo a importância
Porque agora é tanta coisa
Que não poderia escrever tudo
As palavras já não podem demonstrar
Tudo que se passa aqui em cima
E o que há lá embaixo não me cabe descrever
E mesmo assim, ainda me importo
Rabisco folhas e deixo a caixa de lenços de lado
Chorar em lenços é como contar segredos para o travesseiro
E acreditar que ele irá guardá-los
Quando na verdade ele nem te ouve

Hummmmmm!

Positivismo, liberalismo, novas classes, novas influencias... aula de sociologia.

Deveria estar prestando atenção, ao menos é isso que me dizem. Mas não quero, e por mais que não possa atender a todas as minhas vontades, a essa em especial não costumo dar as costas. Porque esses são os meus desabafos, os vestígios da minha dor e da minha alegria, o meu legado acima de servir de alimento aos vermes.

Dizem que não somos iguais a ninguém, e isso é fácil de notar. Cada pessoa internaliza tudo o que vê do seu modo, e nada é tão forte para nós quanto nossa opinião. Vivemos de acordo com nossos valores e crenças, mas em essência não somos todos animais? Movidos pelo instinto? Tudo além de instinto é criação humana, então como somos tão diferentes?

Em que situações há igualdade? Quando deve ser considerada a individualidade? Como usar as mesmas leis para milhões de pessoas diferentes? O que é certo? O que é errado? Somos éticos? Quem nos ensinou a ser? Como chegamos aqui? Como vamos sair daqui?

Temos necessidade de conceituar e catalogar tudo o quanto podemos, e até o que não podemos. Queremos explicar o ser humano, seus segredos e metamorfoses. Queremos alcançar o céu sem tirar os pés do chão, e assim vamos construindo barreiras cada vez mais altas, que nos cegam e nos fazem acreditar que já sabemos de muita coisa, e que não há de extraordinário além disso. Tolo engano...

domingo, 16 de maio de 2010

Eu e meus botões


Eu e meus botões
Tic-tac – relógio e seus ponteiros
Por que estou triste?
Uma dose de palavras
Vozes ao redor
Tic-tac, é o relógio
Eu e meus botões
Uma dose de saudade
Por que estou assim?
Sons altos, sussurros e risadas
Tic-tac – maldito relógio
Mais sussurros
Outra dose, mais palavras
Por que estou tão triste?
Chega de beber
Vou parar agora
Um minuto, por favor
Tic-tac, chegou o pedido
Então manda mais uma dose
Silêncio e saudade
Por que estou tão triste?
Tic-tac, mais alguns minutos
Mas eu não pedi mais
É por conta da casa, dona
Então deixa aí
Traga mais uma dose
Silêncio
Por que estou assim, tão triste?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Meu mundo cor-de-rosa



NÃO MINTA PRA MIM, PORQUE SE VOCÊ MENTIR...



E esse foi um quase fim. Não como o fim das esperanças do Primo Basílio ao saber que o amor de sua vida havia morrido... pobre Luisa. Nem como Tiradentes, despedaçado em plena praça pública. Nada aqui foi decepado, nem definhou com o tempo e as ironias do destino.

Vamos fugir para o México, ou qualquer lugar onde tenha tobogã para que posamos deslizar, sentir o vento no rosto e deixar todas as preocupações para trás.

Não! Vamos para o Chile, congelar até nosso pensamento parar de pulsar, um segundo sem pensar e tudo valeria a pena, um segundo de tranquilidade, de silêncio total de tudo e todos, até de nós mesmos.

Ou então vamos brilhar, como cristais. Nos misturar a tinta vermelha até que fique rosa. Pequenas gotas de tinta branca perdidas no Mar Vermelho. Vamos mergulhar cada vez mais fundo e fazer um mundo cor-de-rosa, azul não me interessa. Quero um mundo cor-de-rosa, e uma gota de tinta branca só para mim.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Abismo mental



Se ouvisse minhas obrigações não estaria aqui escrevendo. Mas sei que o melhor para mim agora, é exatamente estar onde estou, fazendo o que estou fazendo.

Ouvi o mestre de si mesmo dizer que sou dramática, tudo para mim é drama. E para quem não é? Me pergunto se sou realmente estranha, ou apenas uma pessoa normal querendo ser diferente. Déficit de atenção, adolescência perturbada, infância corrompida, o que foi que aconteceu comigo? O que é que acontece comigo?

Será que as pessoas que vejo são realmente felizes, de bem com a vida? Ou será que é faz de conta? Se for, elas sabem que é? Ou disfarçam tão bem que enganam a si mesmas?

Me responda, alguém... por favor. O que está errado?