quarta-feira, 9 de junho de 2010

Nas alturas do pensamento





É tarde de feriado, estou debruçada sobre o parapeito da sacada do quarto andar. Não gosto de lugares altos, mas estar aqui em cima e olhar para baixo já não me amedronta. 

Recordo da noite passada: muito barulho, muita bebida e muitos jovens. O som ensurdecedor e as batidas fortes da música eletrônica condizem com a energia que carrega a juventude - aquela eterna vontade de mudar o mundo, que sempre é esquecida no próximo outono.

Lembro de ouvir uma frase que compunha a música tocada em algum momento daquela noite: "Somos o que há de melhor para ser". 


Somos? Pensando... sempre pensando. Concluo que a pergunta não é "você pode fazer", a pergunta é "você consegue fazer?". 


Me pergunto por que versos da década passada continuam atuais ainda hoje. Seriam os escritores daquela época "videntes" ou a massa crítica atual nada crítica? 
Por que o futuro tão citado por Renato Russo em suas músicas parece nunca chegar? O futuro de hoje será o presente de amanhã, mas que amanhã é esse que parece nunca chegar? Será que Marx estava certo? Muita teoria e pouca prática...?! Aonde se escondem os líderes do século? Porque as coisas parecem estar cada vez mais perdidas? Será preciso um ápice do caos moderno para termos um pouco de ordem? 


As vezes - para não dizer sempre - me sinto deslocada, pareço ver coisas que a maioria das pessoas não veem. Boa parte das críticas já não me encomodam, muitas vezes é preciso aceitar quem você é, e esquecer-se daquela história de que é necessário adptar-se ao meio. 
Certas pressões já não me corrompem, é preciso muito mais do que isso para alterar quem eu sou. Me sinto cada vez mais forte e segura de mim mesma. "Cuidar da minha vida" deixou de ser uma frase da adolescencia rebelde, e agora começa a fazer sentido.

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